Livro, o melhor presente do mundo
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A maior das perdas

O objetivo da autora é ajudar outros pais que, como ela, sofreram a perda de um filho

Este livro trata dos questionamentos de uma mãe que perdeu seu filho único, em trágico acidente. Seu intuito com a apresentação desta obra, além de uma catarse, é ajudar outros pais que, como Ione, já sofreram a perda de seus filhos.

 

Livre pensadora, a autora passa a questionar tudo o que aprendeu e, ao mesmo tempo, procura consolo em diversas áreas – da astrologia à meditação, passando pelo Espiritismo e pelas lições de Kardec. Pede provas da continuidade da vida do filho, até que elas começam a aparecer. O livro não trata abertamente da doutrina espírita e, justamente por não ser doutrinário, sua leitura se torna interessante.

 

A obra, resumidamente, é o relato de uma intelectual, que já buscou diversas crenças espirituais e não encontrou nada que a consolasse, exceto a elucidação oferecida pela tão esperada prova da continuidade da vida após a morte.

Onde comprar
O livro está à venda nas principais livrarias e plataformas on line (vide no menu Onde comprar)

 

Sobre a autora

Ione Maria Ramos de Paiva é licenciada em Educação Física e Técnica Desportiva pela Universidade Estadual de Londrina/ PR, com especialização em Educação Física no Ensino Fundamental, pela Universidade Estadual do Paraná, em Curitiba/PR. É também mestre em Engenharia de Produção, Mídia e Conhecimento, com ênfase em Psicologia das Organizações, pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/ SC.

Desde 1996, é professora do curso de Educação Física do UNIS-MG, em Varginha. Possui, ainda, inúmeros artigos em sites acadêmicos, além de dois livros publicados: “Brincando e cantando: desenvolvendo a afetividade”, de 2006 e “Brinquedos cantados”, de 1998

Introdução

 

Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver...

“Ante su madre, el hijo muerto convoca el 
duelo del cuerpo que lo contuvo”.
              Nicole Louraux
 

 

    Este é um assunto tão doloroso que jamais pensei ser capaz de escrever sobre ele. Aliás, gostaria de nunca ter que me lembrar; mas constato que quanto mais o tempo passa, mais a saudade aumenta e mais se faz urgente a necessidade de compartilhar com alguém. 


    Comecei a escrever um ano após a morte de meu filho, meu único filho, como se fosse uma catarse. Escrevi durante todos estes anos, sempre achando que nunca seria capaz de publicá-lo. Mas o tempo foi passando e fui pensando que talvez fosse bom fazê-lo; que talvez eu pudesse ajudar (ainda não sei de que maneira) outras pessoas que também perderam seus filhos. E, de certa forma, colocar tudo isso para fora, tudo que ficou aprisionado dentro de mim. Quando tudo aconteceu, procurei desesperadamente por qualquer literatura referente ao assunto, que me explicasse como lidar com este sofrimento. Mas quase nada encontrei.


    É extremamente doloroso para qualquer pai ou mãe relembrar o que aconteceu. E escrever sobre isso, então! Alguns poucos já tentaram. Sei que muitos têm medo de parecer que estão fazendo sensacionalismo ou coisa parecida. Mas ninguém mentalmente sadio faria tal coisa. É muito perverso, muito doloroso. No entanto, percebo que todos procuram conversar com alguém que entenda a intensidade do que estão sentindo, daí partem para as buscas e procuram livros, centros espíritas, padres, tudo, enfim. 


    Nesse nosso limitado mundo tridimensional, ainda não inventaram máquinas capazes de medir dores psíquicas. Mas, dizem os estudiosos do assunto, que a morte mais dolorosa é a de um filho. É a dor maior que um ser humano é capaz de suportar. Surge um desânimo profundamente penoso, perdendo-se todo o interesse pelo mundo externo. Freitas, (2000) inclusive, sugere a realização de estudos referentes às mães de filhos mortos em idade adulta, praticamente inexistentes, segundo ela, talvez até mesmo por serem pessoas em estado de imenso sofrimento. E com o passar do tempo, as pessoas não gostam mais de nos ouvir falar sobre este assunto. E daí você se cala. E chora sozinha. Minha mãe tinha por este neto um amor incondicional. Sei que, tanto quanto eu, sofreu horrores e que, talvez para me poupar, também chore quando esteja só.


    Neste meio tempo, o pouco que faço é visitar as mães que perderam seus filhos e escutá-las. Quando me refiro às mães, falo dos pais também, logicamente. Só que por ser mãe, tenho mais contato com a figura materna e percebo que elas se sentem mais à vontade para falar, para chorar, para demonstrar sua dor. Freitas (2000), percebeu em sua pesquisa de campo, que estas mães manifestam alto grau de desamparo, aliado à dor e ao desespero. Isso fez com que a autora sentisse a necessidade de ampliar a assistência a essas pessoas, a fim de acolhê-las e ampará-las. Eu, como sou uma delas, apenas ofereço meu ombro e choro junto. É o máximo que posso fazer.

 

Autora: Ione Maria Ramos de Paiva

Editora: Barra Livros

Tamanho: 15,5 x 23 cm - 98 páginas.

Edição: 1ª 2015

ISBN: 978-85-64530-16-4